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Estar presente além da distância



A experiência de voluntariado online na Casa do Menor no Brasil

Eu sou Xhovana de origem Albanesa, porém moro na Itália, trabalho e estudo Pedagogia. Escolhi meu curso depois de um ano de experiência profissional em uma associação que atua na área social. Meu desejo é ajudar os outros e deixar minha marca na sociedade. Eu gostaria de ter a consciência de que a minha vida tenha servido para algo. Quando conheci o Movimento dos Focolares (há cerca de dois anos), senti esse desejo ainda mais forte e encontrei muitas pessoas que compartilham o mesmo ponto de vista.


Sentindo a minha paixão, uma amiga me contou sobre o projeto milONGa e eu imediatamente entendi que era a experiência certa para esse período da minha vida. Depois de muitas pesquisas feitas no local, o primeiro projeto que me chamou a atenção foi a Casa do Menor em Fortaleza. Gostaria de ter a oportunidade de dar minha contribuição oferecendo ajuda aos necessitados.


Além disso, desejo disponibilizar tudo o que aprendi e estou aprendendo ao longo da minha carreira universitária e, acima de tudo, compartilhar os valores e ensinamentos de vida que me foram ensinados nesta vida que tenho em comum com outras jovens. Eu gostaria de ter a oportunidade de passar da teoria para a prática. Além disso, preciso enriquecer minha bagagem pessoal e conhecer novas realidades.


No entanto, a pandemia impediu que eu realizasse o voluntariado presencialmente na Casa do Menor, laços fortes e intensos já foram criados. Nasceu um pequeno grupo de conversa pelo whatsapap com Antonella outra voluntária da Argentina , e Vaudete do Brasil, nossa tutora que nos acompanha passo a passo por este caminho. Ainda é algo inexplicável, o que sei é que é algo autêntico e sincero.


Embora estejamos em países diferentes, quando nos falamos e nos vemos na vídeo conferência, é como se a distância deixasse de existir. Em Antonella encontrei uma irmã. Mesmo se falamos línguas diferentes e temos experiências de vida diferentes, sempre encontramos maneiras de nos entender. Já a Vau é a irmã mais velha, pronta a qualquer momento para nos apoiar em nossas ideias e nos dar conselhos certos.


Embora ainda não seja possível ir à Casa do Menor, posso dizer que já experimentei muitas das sensações e emoções que teria gostado de viver como voluntária. O mais importante acho que é a presença. O fundador da Casa do Menor, Padre Renato Chiera nos ensina que o objetivo fundamental deles é justamente a Presença, estar presente a qualquer momento e dar a vida pelo outro. A proximidade possibilita a realização de qualquer projeto de crescimento e vivenciamos isso todos os dias neste pequeno grupo.


Durante nossos encontros nasceu em mim um forte desejo de realizar minha tese de graduação sobre a “Pedagogia Presença” que o Padre Renato nos ensina. Vou aprofundar essa instituição, porque acho importante torná-la conhecida. Nada melhor do que no ambiente universitário!

Na espera de estarmos fisicamente presentes em Fortaleza, Antonella, Vau e eu iniciamos uma espécie de voluntariado online, durante o qual iniciaremos um intercâmbio com “a galera” da Casa do Menor. O objetivo é se conhecer e promover uma experiência de comunhão e diálogo intercultural, utilizando uma linguagem universal: o amor.


Apesar das distâncias geográficas que nos separam, o amor pode nos unir e essa troca pode enriquecer cada um de nós, a nos sentir mais próximos e capazes de construir um mundo mais unido.

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